terça-feira, 22 de março de 2011

A ESTAÇÃO DO OUTONO E O SISTEMA RESPIRATÓRIO

 A maior variação de temperatura ao longo do dia (choque térmico) e o aumento dos índices de poluição atmosférica é típico da estação do outono. As noites frias trazem um maior confinamento das pessoas em ambientes fechados e pouco ventilados favorecendo a disseminação dos vírus.  Com a necessidade de melhor agasalhar, retira-se dos armários cobertores e casacos repletos de poeiras, ácaros e fungos.  A consequência é um maior número de pessoas com dificuldade de respirar devido a gripes, resfriados, crises de rinite, sinusite e asma e também exacerbações de DPOC - doenças pulmonares obstrutivas crônicas (bronquite crônica e enfisema pulmonar). 

Além do choque térmico, o frio úmido facilita a proliferação de fungos no meio ambiente e é outro agravante pelo aumento da incidência de doenças no outono e inverno, assim como o ar seco que provoca o ressecamento e lesões das mucosas facilitando a penetração e a transmissão por aerossóis de microorganismos.

Outro vilão é a poluição atmosférica, que no inverno concentra poluentes emitidos pelas indústrias e veículos a poucos metros de altura, fenômeno conhecido como inversão térmica. A poluição no campo é devida a queimadas em áreas agrícolas, principalmente da cana de açúcar. A poluição contribui para o agravamento de doenças respiratórias como a asma, bronquite, enfisema e pneumonia. As particulas poluentes irritam as mucosas (revestimento interno  do nariz, boca e olhos), facilitando a entrada de vírus.

Os sintomas da gripe e resfriados são semelhantes, exceto pela sua duração e gravidade. Enquanto os sintomas do resfriado duram de 2 a 5 dias os da gripe prolongam até 9 dias. No resfriado prevalecem a obstrução e secreção nasal, espirros, tosse, dor de garganta e febre baixa. Na gripe esses sintomas são mais acentuados, com calafrios, fraqueza, dores musculares, dor de cabeça, tosse, desconforto no peito e febre alta. O contágio da gripe se dá de pessoa para pessoa através do ar. Os sintomas iniciais da dengue são semelhantes ao da gripe: febre alta, dores intensas de cabeça, olhos, músculos, articulações e ossos.

As alergias respiratórias e as viroses da estação não só interferem na qualidade de vida das pessoas como também muitas vezes pelo seu tratamento, devido aos efeitos colaterais do medicamentos. O controle ambiental é a medida com melhor custo e benefício para o controle da rinite e da asma. Para a gripe, não há tratamento específico. Sintomáticos aliviam a dor de cabeça, febre e congestão nasal, mas o melhor remédio continua sendo o repouso, a hidratação frequente e a boa alimentação. A melhor prevenção contra a gripe é a vacinação anual, pois evita infecções respiratórias mais graves. Deverá ser aplicada nos primeiros dias do outono, já que seu efeito inicia após 4 semanas da aplicação.


O médico deverá ser procurado quando a febre for alta e persistente, ocorrer sangue nas secreções nasal ou eliminadas pela tosse, dor no peito ou nas costas, vômito e diarréia por mais de um dia (principalmente em crianças e idosos), dor ou dificuldade na deglutição, persistência da tosse ou outros sintomas por mais de dez dias.

quarta-feira, 2 de março de 2011

ASMA BRÔNQUICA

Também conhecida popularmente de bronquite asmática ou bronquite alérgica, a asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas com implicações genéticas e ambientais. Está presente em aproximadamente 10% da população. Apesar de ser mais freqüente em crianças, pode aparecer em qualquer idade. Os principais sintomas da asma: falta de ar, chiado e tosse são decorrentes da sensibilidade exagerada das vias respiratórias a diversos estímulos. Esses estímulos, principalmente aqueles encontrados no nosso ambiente, causam o estreitamento dos brônquios devido à combinação de três fatores: 1) contração dos músculos que envolvem essas estruturas; 2) inflamação crônica no seu revestimento interno (mais importante) e, 3) formação de muco pegajoso no seu interior. Dependendo do grau de obstrução brônquica a crise de asma poderá ser fatal. Felizmente, com os o tratamento adequado, as crises tendem a reverter-se em curto espaço de tempo. Nessa situação o importante é manter a calma, pois a ansiedade sempre piora a crise. Recomenda-se ainda não abusar da medicação broncodilatadora (bombinha).
Como ainda não existe uma cura definitiva para a asma, a melhor forma de conviver com ela é evitar os fatores desencadeantes. Os mais conhecidos são: exercícios físicos, gargalhadas, gripes e resfriados, variações climáticas bruscas, fumaças, mofo, pólen, pêlo e epitélio de animais, penas de aves, produtos químicos (inclusive os domésticos), insetos (baratas), determinados medicamentos (anti-inflamatórios) e principalmente a poeira doméstica pela presença de ácaros.  O ácaro, invisível a olho nu, é encontrado em grande quantidade em tapetes, cortinas, livros e revistas,  almofadas, cobertores, travesseiros e colchões, brinquedos de pelúcia.
O ambiente doméstico é apontado como uma das maiores causas do aumento da incidência de asma principalmente em crianças. A chamada poluição in door foi estimada em até cinco vezes superior à externa. Má ventilação e umidade também são considerados fatores agravantes, ou provocadores de crises de asma. Para melhorar a qualidade do ar em casa ou no trabalho é necessário atenção principalmente ao sistema de ventilação e refrigeração. O aparelho de ar condicionado deverá passar por manutenção periódica por profissional credenciado. A fumaça do cigarro impregna o ambiente com cerca de 5 mil componentes tóxicos e cancerígenos. Urina e saliva de pets permanecem no ambiente em até seis meses, causando problemas respiratórios. Fogões e aquecedores a gás são emissores de produtos tóxicos, principalmente se estiverem desregulados.
A educação do asmático e sua família é uma prioridade na medicina moderna em todo o mundo. Transferir conhecimentos sobre a asma contribui para mudança no comportamento tanto do paciente como de seus familiares e, em última análise, um ganho na qualidade de vida. De todos os avanços já alcançados no manejo da asma, é na prevenção e na educação do paciente que se concentram os esforços mais promissores. A adesão é essencial ao tratamento, assim como o esforço conjunto entre os profissionais (Médico, Enfermeira, Fisioterapeuta, Psicólogo, Assistente Social e Nutricionista) envolvidos em trabalhar de forma integrada e visando os mesmos objetivos.
O primeiro programa em Londrina focando a educação e controle da asma foi desenvolvido no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Londrina em meados da década de 90 e denominava-se Programa Interdisciplinar de Educação e Controle da Asma onde um grupo de profissionais: Denison Noronha Freire, Laryssa Milenkovich Bellinetti, Zeila Cristina Facci, Carmen Lúcia L. Garcia, Myrian Ine I. Kikuchi e Luziane Dalla Costa orientaram durante mais de dez anos um grupo heterogêneo de asmáticos com excelentes resultados.
A enfermagem orientava aos asmáticos e familiares da importância do controle ambiental, o médico do arsenal terapêutico disponível e como usar a medicação, a fisioterapeuta através da busca do equilíbrio físico e como respirar melhor, a psicóloga como manter o equilíbrio emocional, a nutricionista como adequar a alimentação e a assistente social como conseguir soluções.

TESTANDO O COVID-19     Reflexões de duas mulheres no passado, mas que espelham a situação atual da pandemia: “QUANDO NADA É CERTO, TUDO É...