TEMPOS DE COVID (Sars-CoV-2)
Polêmicas e incertezas entre leigos,
médicos e sociedades de especialidades médicas, ora defendendo tratamento com
medicamentos sem comprovação de eficácia, ora defendendo medidas restritivas baseadas
em testagem, identificação, isolamento e monitoramento dos infectados. Questionamentos
são publicados e compartilhados em todas as mídias sociais. Os mais esperançosos
aguardam com otimismo a chegada da imunização contra o novo coronavírus. No
momento duas vacinas para Sars-CoV-2 estão em fase avançada de testes:
Universidade de Oxford/AstraZeneca e Sinovac do laboratório chinês. Dentre uma
centena, ainda em estudos, pouco mais de 20 encontram-se em testes com humanos.
Hoje permanece a incógnita: quando estarão disponíveis para aplicação em larga
escala?
A pergunta que paira na mente dos
médicos adeptos ao tratamento com cloroquina/hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina,
zinco e vitaminas C e D: se não há um tratamento comprovadamente eficaz em
testes randomizados e duplo cego disponível, porque não usar um conjunto de
drogas há tempos no mercado e sabidamente sem grandes efeitos colaterais,
exceto em cardiopatas, com estudos observacionais positivos para o tratamento
do vírus? Outro questionamento dos céticos: se 80% dos infectados com o vírus
terão apenas sintomas leves ou serão assintomáticos, por que então tomar
medicações sem evidências científicas robustas? Próxima questão: se não tomar
as drogas disponíveis e contestadas seria eu aquele sujeito às complicações
graves com risco de morte? Sabe-se que comorbidades (cardiopatas, hipertensos,
obesidade e diabetes) são fatores que influenciam a evolução da doença. Pesquisas
do genoma humano tentam explicar por que diferentes indivíduos, como a resistência
de centenários, evoluem para formas amenas do Sars-CoV-2. Talvez no futuro
testes poderiam separar aqueles portadores de genes protetores dos genes de
risco e colocar esses últimos em situação de proteção para novas epidemias e
pandemia que seguramente virão. No momento atual lidamos com a incerteza do
médico: não fazer nada é proteger o paciente? O relacionamento confiável
médico-paciente, a responsabilidade e experiência profissional somado com a
anuência do paciente ao tratamento constitui a fórmula do sucesso terapêutico
em qualquer situação.
Dr. DENISON NORONHA FREIRE – Médico Pneumologista e Geriatra
CRM 4503 RQE Pneumologia: 433,
Tisiologia: 5354, Geriatria: 15629.
Rua Senador Souza Naves, 1035 sala 02 Londrina Fone (43) 33215497 e (43) 999925497
Londrina-PR
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